sábado, 15 de janeiro de 2011

As ferrovias pernambucanas hoje


Túnel de Maraial, na Zona da Mata Sul. (Foto: Arquivo pessoal - Janeiro de 2009).
                                  
Pátio da estação ferroviária de Arcoverde. (Foto: Arquivo pessoal - Janeiro de 2009).



  Em 1858, era inaugurada a primeira extensão ferroviária de Pernambuco, a segunda do Brasil. Esta ligava a localidade de Cinco Pontas, no Recife, até a Vila do Cabo (na época). De lá para cá muito ocorreu: crescimento da ferrovia, alavancando a economia do estado e proporcionando muitos benefícios à população, mas também decadência da mesma.
  Hoje, a história ferroviária de Pernambuco encontra-se, em sua maior parte, esquecida, abandonada. Mais de 600 quilômetros de trilhos de Recife até Salgueiro sucateados; muitos prédios de estações, armazéns, vilas ferroviárias arruinados, demolidos ou abandonados, e isto é apenas falando da Linha Centro (Recife-Salgueiro), sem contar com as linhas Norte e Sul (respectivamente para a Paraíba e Alagoas) que encontram-se parcialmente operadas pelo serviço do transporte de cargas, em condições semelhantes de abandono.
   Ramais como o de Ribeirão a Barreiros e de Paquevira a Garanhuns, que já serviram como melhor opção de transporte para muitos povoados e cidades, encontram-se sem seus trilhos e abandonados.
  As obras da nova ferrovia Transnordestina, que visa a integração ferroviária entre os estados nordestinos e com outras regiões do país, encontram-se meio avançadas porém, seu trajeto visa o transporte de cargas, passando longe dos centros urbanos e a partir disso fica a pergunta: São estas verdadeiras políticas ferroviárias? Não, pois ao contrário de como se faz no Brasil, a ferrovia deve trabalhar lado a lado com a rodovia e não ser deixada como uma opção qualquer.
  Enfim, a história ferroviária de Pernambuco não está sendo realmente preservada. Algumas prefeituras e populações realmente preocupam-se com a preservação desta história, como é o caso de Palmares, Bezerros, Sanharó, Mimoso (Pesqueira-PE) e outras que se preocuparam em ao menos preservar suas estações. Se todos seguissem esse exemplo e fizessem um pouco por isso, hoje a situação seria bem diferente. Enquanto isso não acontece, está a ser enterrada uma parte importante da história dos transportes no estado e no país.

Antiga estação ferroviária de Jaboatão: Um panorama do descaso cometido com a história da ferrovia em Pernambuco.


4 comentários:

  1. Puxa não dar para acreditar que um dia não tão distante assim eu já fiz vários embarques da estação de Jaboatão para Gravatá, nossa historia esta morrendo muito rápido. Que pena, fica só minhas lembranças juvenil onde um dia o meu pai foi chefe desta estação.
    Francisco Senna

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    1. Muito boa lembrança! Quem sabe um dia a estação, tanto de Gravatá como tantas outras voltem a funcionar com um trem turístico.

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  2. Certa vez, quando eu era criança, fomos minha mãe e eu tentar viajar, qualquer que fosse o destino, partindo da estação de Jaboatão, so pelo prazer de viajar de trem. Ficamos um certo tempo na plataforma e nada de passar trem, foi quando um vigilante informou que não estava mais funcionando o serviço de passageiros naquela estação. Tivemos que ir para a estação de cinco pontas para pegar o trem para Ribeirão Infelizmente não tive a sorte de ser a passageiro do último trem para o sertão.

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    1. Que história legal! É realmente uma pena que não hajam mais os trens para o Sertão e também para outras tantas outras localidades que eram alcançadas por trilhos em Pernambuco.

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