quinta-feira, 21 de julho de 2011

Visita a Aliança e Timbaúba (Parte 1)

  Nesta segunda-feira (18 de Julho), aproveitando uma folga, fomos visitar as estações de Timbaúba, Aliança e Pureza na Linha Norte, situadas na Mata Norte. Das três estações só não visitamos Pureza pelo fato de o acesso a esta estar precário por conta das chuvas
 Em Aliança, logo avistamos a estação na entrada da cidade. O centro deste município é bem limpo e organizado, porém essas boas características não se refletem na antiga estação ferroviária. Esta, por sua vez, foi inaugurada pela Great Western em 1º de Janeiro de 1883. Serviu a tal cidade durante anos para embarque e desembarque de cargas e passageiros sendo desativada na década de 1980. Segundo Rodrigo Cabredo, em texto publicado no site Estações Ferroviárias do Brasil, em 2005, a já extinta Rede Ferroviária Federal pagava a um certo Seu José para que ele ficasse durante o dia cuidando da estação para mantê-la livre de invasores e o estado da estação nessa época estava razoável. Seis anos depois (2011), o MFPE foi até lá conferir essa estação que está bastante degradada, sem ninguém tomando conta.
A estação em 2005. (Foto: Rodrigo Cabredo - retirada do site Estações Ferroviárias do Brasil).

A estação em 2005. ( Foto: Rodrigo Cabredo - retirada do site Estações Ferroviárias do Brasil).
    O cenário onde se encontra a estação é bem calmo: canaviais, um rio passando logo abaixo, árvores. A estação se encontra arruinada, tanto o prédio principal como o armazém estão destelhados e tomados pelo mato. A caixa d'água que ainda pode-se ver numa das fotos acima já não existe mais. A linha é utilizada ainda pela Transnordestina Logística da qual nem um auto de linha vimos passar. 
  A estação, por ficar bem na entrada da cidade de Aliança poderia ser um ponto turístico, mas infelizmente encontra-se arruinada. É mais história sendo jogada fora.
  Veja agora as fotos que tiramos para comparar com as de seis anos atrás.
A estação em Julho de 2011, arruinada. A caixa d'água já não se vê ao fundo. (Foto: Arquivo pessoal - Julho de 2011).

O velho armazém tomado pelo mato. (Foto: Arquivo pessoal - Julho de 2011).

Área de embarque com sua cobertura retirada. (Foto: Arquivo pessoal - Julho de 2011).

A saída do desvio foi o que restou da antiga caixa d'água. (Foto: Arquivo pessoal - Julho de 2011).

A estação de um outro ângulo, sentido Recife. (Foto: Arquivo pessoal - Julho de 2011).

O dístico da estação ainda resiste a ação do tempo, ainda com o símbolo da velha R.F.F.S.A. (Foto: Arquivo pessoal - Julho de 2011).

O pátio da estação tomado pelo mato. Acredite, essa linha é operacional. (Foto: Arquivo pessoal - Julho de 2011).

A estação vista da escada de acesso à cidade. (Foto: Arquivo pessoal - Julho de 2011).

14 comentários:

  1. Imagino que para pessoas que não conheçam a região chega a ser realmente impressionante saber que trens ainda trafegam por esse trecho.
    Meu Deus, essa tal Transnordestina me enche de dúvidas...

    É essa a tão sonhada e famigerada Transnordestina que interligará os diversos cantos do Nordeste constituindo um 'sólido e eficiente' sistema de transporte intermodal e concorrerá para o crescimento e desenvolvimento da região?

    Na Paraíba, Ceará e Piauí há trechos ferroviários em pandarecos onde os trens mal passam dos 15 km por hora sob o temor dos maquinistas de vir com tudo fora dos trilhos. Descarrilamentos são mais que frequentes. O trens são cada vez mais raros de se ver nas localidades onde passavam diariamente há alguns anos. A concessionária não promove nenhum tipo de manutenção e as vias estão em petição de miséria com domentes podres, trilhos enferrujados e afilando-se como giletes pelo peso e desgaste de décadas de uso a fio. As máquinas mais modernas têm lá seus 50 anos de uso constante e ininterrupto. Os vagões ainda são dos tempos da RFN/RFFSA tendo alguns ainda os logotipos desses tempos, e rangem, tremem, grunhem quando se os vê passar no seu ritmo de tartaruga.
    Em suma: tudo é ultrapassado e mal conservado.

    Em alguns trechos, esquecidas pontas mortas são 'revitalizadas' com material vagabundo e reutilizado, como se fez em Algoas, ne esperança de recuperar-se o tráfego de trens. Na primeira chuva, tudo foi para as favas.
    Há alguns anos no Rio grande do Norte, 300 km de ferrovia ligando Mossoró até Souza na Paraíba foram retalhados em 13 lotes, arrancados à enxada e picareta e vendidos como sucata num leilão de empresários locais junto com máquinas, vagões, trilhos e dormentes. Uma locomotiva datada do ano de 1916 da E.F. Mossoró-Souza foi vendida para um desmanche onde foi completamente destroçada e teve seus metais fundidos sabe-se lá para quê. O ramal Macau Natal, Natal-Nova Cruz, Nova Cruz- Paula Cavalcanti (PB) está completamente abandonado há uns vinte anos e fala-se em remoção completa do trecho por parte da concessionária já que o classifica como economicamente inviável. Enquanto isso, trilhos do ramal são roubados, estações são demolidas ou desabam por si próprias, praças e outros estabelecimentos são construídos sobre a via férrea, e trem que é bom nada. Enquanto isso, as estradas do estado se desmancham numa buraqueira sem fim ante o peso do trafego excessivo de caminhões que vão e vêm transportando todo tipo de cargas pesadas.

    Para ser franco a Transnordestina mais me parece um Frankenstein: de um do lado do mapa há o projeto (sabe-se lá como - iniciado) de uma ferrovia moderna de bitola mista, dormentes de concreto, túneis, viadutos e obras de arte monumentais, porém com os prazos de construção anos-luz atrasados e/ou paralisados, e do outro, trechos "operacionais" que cada vez menos recebem fluxo de composições porque não recebem nenhum tipo de manutenção e modernização acarretando prejuízos e atrasos na entrega das mercadorias. Mal aguentam o arrastar dos trens sobre si.

    De um lado temos uma ferrovia dos sonhos que mal sai do papel, do outro um remendo de sobras de uma rede que foi construída há mais de um século a qual foi sendo retalhada e erradicada aqui e acolá enquanto os pedaços remanescentes continuaram a ser utilizados à exaustão dando hoje seu últimos suspiros.

    (se) Juntadas as duas, teremos um corpo sem cabeça, ou uma cabeça sem corpo?

    Não sei. Tenho muitas dúvidas sobre a ferrovia que quer interligar o Nordeste. Será que o trecho em construção chegará um dia a ser concluído? será que até lá o trecho operacional ainda será operacional? O que será feito dos ramais abandonados? Não merecem fazer parte da rede? Que ferrovia TansNordestina é essa que exclui grande parte dos estados do Nordeste? O que será feito do ramal da Paraíba se a ligação CE-PE for concluída? Dúvidas de mais...

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    1. Realmente, a ferrovia linha Norte de Pernambuco, assim como muitas outras que constituem a rede da Transnordestina, nem parece que fazem parte da mesma.

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    2. Lembro que, quando era criança, passava minhas férias aí mesmo nessa estação, e atrás dela tinha a casa dos meus tios... ele era o responsável para fazer o pagamento dos cortadores de cana, ao lado da casa tinha um barracão, tipo uma mercearia. O lugar era incrível, mágico pra mim na época. Eu adorava ir pra lá. Muito diferente dessa triste realidade que vejo agora. Como foi citado em depoimentos abaixo, seria importante restaurá-la e transformá-la num ponto turístico, preservando a história desse lugar.

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  2. Qual a localização dessa estação a partir de Aliança?
    Fica em alguma saída da cidade?

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    1. Amigo, fica logo à entrada da cidade. A pista se encontra com a linha e depois se separa. Nesse momento há uma ladeira na pista e a estação fica logo abaixo (à direita).

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  3. Lamentamos essa situação. Gostaria de poder fazer alguma coisa já que sou de Aliança e nasci aqui. Vou repassar essa matéria na escola, no meu blog, no face, pode ser que possamos juntos reverter esse quadro. Parabéns pelo levantamento de dados. Vou copiar e marcar algumas coisas para mim.

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    1. Obrigado Sueli! Talvez possamos desenvolver algo para salvar esse patrimônio. A estação é o cartão-postal de entrada de Aliança, se recuperado e bem preservado, traria uma ótima impressão da cidade e poderia servir como centro cultural, biblioteca, museu da cidade, etc. Claro que o caso de Aliança não é único; infelizmente muitos outros lugares, não só por Pernambuco, também desprezaram suas estações ferroviárias. Mais seria ótimo desenvolver um projeto para salvar esse patrimônio, podendo o mesmo se concretizado, servir de exemplo em outros municípios.

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  4. Olá a todos!

    Alguém aqui já visitou a estação de Pureza ?

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  5. essas ferrovias está um lixo , para reativar tem partir quase do zero uma verdade !

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  6. quem deixou as ferrovias ficar nesse estado deplorável ,tem microcefalia (governantes e empresários )

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    1. Comparar incompetência com microcefalia foi muito infeliz da tua parte.

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  7. é só zoando da cara deles kkkkkkkkkkkk

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  8. como diz Alexandre Garcia .é atestado de burrice jogar trens e ferrovias no lixo (aqui no brasil .boa parte do nordeste trens não é concorrentes de ônibus,caminhões e aviões verdade pura )

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  9. microcefalia nesse caso que dizer cerebro minusculo ,cerebro pequeno .não leve tudo ao pé da letra !

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