segunda-feira, 13 de junho de 2011

Uma grande e marcante viagem: Jaboatão a Arcoverde de trem.

  A última opção para uma ferrovia turística de nossa enquete sobre a qual falaremos é a vencedora, Jaboatão a Arcoverde. Em relação ao percurso, de cerca de 252 km, parte da conturbada região metropolitana do Recife em direção à tranquilidade interiorana de Pernambuco. Atravessa a Zona da Mata, o Agreste, e chega até a "porta do Sertão", Arcoverde. Durante todo o trajeto, belas e inesquecíveis paisagens, começando pelos canaviais e trechos da Mata Atlântica em Jaboatão, Moreno e Vitória. Passando pela cidade de Pombos, nota-se a transição de vegetação da Mata para a caatinga do Agreste. Também é nesta cidade onde se encontra o primeiro dos 14 túneis que cortam a Serra das Russas, fora as grandes pontes e pontilhões de concreto. Vencida a Serra, apresentam-se muitas áreas planas nas regiões de Bezerros e Caruaru.
  Daí vem as localidades de São Caetano, Tacaimbó, Belo Jardim, Sanharó, Pesqueira e em Mimoso pode-se observar o que em boa parte do ano é um "oásis" no Agreste, devido aos muitos riachos e a fertilidade da terra do lugar. 
  Passado todo o Agreste, é alcançado o Sertão e o ponto final do trecho, Arcoverde.
  Em relação às estações: Jaboatão é a estação inicial do trecho por vários motivos, alguns destes são o seu grande valor histórico, sua localização e capacidade, dentre outros fatores. Seguindo pela linha, a próxima estação é Moreno. Em seguida, a parada de Tapera, o que sobrou de Tamatamerim (uma caixa d'água às margens da BR-232), Vitória e Pombos no início do Agreste. Na Serra das Russas há o que sobrou da estação de Russinha e Cascavel, em seguida Gravatá, a Suíça pernambucana com seu artesanato, seus doces abacaxis e, para completar, aquele gostoso clima serrano. Após isso, o pequeno povoado de Insurreição e, em seguida, a bela cidade de Bezerros, a terra dos Papangus, dos artistas da cultura popular J. Borges e Robeval Lima. Este é um dos principais responsáveis pela atual preservação da estação local e pela confecção de muitas obras plásticas, inclusive máscaras que caracterizam o carnaval local. 
  A parada de Gonçalves Ferreira é a entrada para a cidade de Caruaru, a capital do forró, onde há muitas atrações culturais como as obras do Mestre Vitalino e o pátio do forró, próximo à estação.
  São Caetano vem em seguida, a terra de onde vieram  os Meninos de São Caetano ou a Banda sinfônica do Agreste. Depois Tacaimbó, a terra do maxixe, não a dança e sim a hortaliça muito apreciada na região. 
  A ferrovia segue por Belo Jardim, a terra dos músicos e do Açude Bitury, um dos maiores da região; Sanharó é a próxima parada, a terra do leite, do queijo e da carne de sol.
  Depois Pesqueira, a terra do doce, dos índios xucuru e de um monumental castelo e Ipanema, que mesmo com sua estação demolida é o próximo ponto, em um agradável vilarejo homônimo, um dos locais por onde passará a nova Transnordestina. Alguns quilômetros a frente, Mimoso, um pequeno e também agradável povoado, onde há muitos plantios de pinha.
  Por fim, "a porta do Sertão", Arcoverde, antiga estação de Barão de Rio Branco. Uma das atrações desta cidade é o cinema mais antigo em funcionamento do Brasil. Nesta cidade destacam-se o artesanato e literatura de cordel. Em resumo, seria um viagem e tanto. Claro que são apenas planos, mas quem sabe um dia...
Estação Bezerros. (Foto: Arquivo pessoal - 2008).

Estação São Caetano. (Foto: Arquivo pessoal - Janeiro de 2011).

Estação Caruaru. (Foto: Arquivo pessoal - Janeiro de 2009).

Estação Gravatá. (Foto: Arquivo pessoal - 2008).

A estação de Jaboatão precisa ser preservada antes de tudo. (Foto: Arquivo pessoal - 2009)

Estação Mimoso. (Foto: Arquivo pessoal - Janeiro de 2009).

Estação Moreno. (Foto: Arquivo pessoal - Setembro de 2008).

Estação Pesqueira. (Foto: Arquivo pessoal - Janeiro de 2009).

A estação de Pombos sem uma preservação efetiva. (Foto: Arquivo  pessoal - 2009).

Estação Sanharó. (Foto: Arquivo pessoal - Janeiro de 2009).

Estação de Tacaimbó, a terra do maxixe. (Foto: Arquivo pessoal - Janeiro de 2009).

A estação de Vitória de Santo Antão. (Foto: Arquivo pessoal - 2008).
O castelo que fica em Pesqueira. (Foto: arquivo pessoal - Janeiro de 2009).

Cada cidade no trajeto tem seus destaques particulares, Sanharó é a terra do leite e do queijo. (Foto: Arquivo pessoal - Janeiro de 2009)

Um comentário:

  1. restaurar estações sem trilhos .é o mesmo que nadar e morrer na beira da praia kkkkkkkkk

    ResponderExcluir