O antigo sistema de trens urbanos do Recife que interligava
a parte central da cidade, entre a estação Central do Recife e Jaboatão, São
Lourenço e Cabo. Estes trens, operados pela extinta RFFSA, necessitavam de
melhorias para atender à crescente demanda de passageiros da Região Metropolitana.
Veio então o sistema de metrô de superfície do Recife, com modernos trens
elétricos para atender a população.
Pátio da estação Central do Recife, à época do antigo sistema de trens urbanos. Haviam também trens para o interior do estado. (Imagem: Retirada do site - Amantes da ferrovia) |
Na execução projeto do novo metrô, foram aproveitados os antigos
traçados das linhas já existentes, tais como Recife – Jaboatão e Recife -
Cajueiro Seco. A partir disso, as antigas estações do trem compreendidas nesses
trechos foram substituídas pelas novas do metrô, em alguns casos foram deixadas
sendo construídas as novas em suas proximidades. Isso explica de onde vieram os
nomes e simbologias de algumas das estações atuais do metrô do Recife.
Começando pela estação Recife, terminal de maior movimento
do sistema, de onde partem trens para Cajueiro Seco, Camaragibe e Jaboatão;
esta foi construída por trás da antiga estação Central do Recife, que desde
1972 abriga o Museu do Trem, hoje fechado para reformas e revitalização. Até alguns
anos atrás, para acessar a estação Recife do Metrô, o usuário passava pelos
antigos portões e plataformas da velha Central, com peças que remontam o
passado honroso da ferrovia pernambucana, numa espécie de túnel do tempo. Pelo
que tudo indica, o velho prédio não servirá mais como acesso, mas por outro
lado ficará um museu bem mais atrativo do que o era , para contar de uma melhor
forma a história dos caminhos de ferro do estado.
Na foto tirada a partir de uma locomotiva a vapor, vê-se o posto de Fernandinho em dia de cheia no fim da década de 1960. (Imagem: José Calvino - Do Livro: Trem fantasma. José Calvino, 2005) |
Seguindo a linha vem a estação Joana Bezerra, que é uma das
mais movimentadas de todo o sistema, pois dela parte a bifurcação da linha,
seguindo um lado para Cajueiro Seco e o outro para Camaragibe / Jaboatão. Na época
dos velhos trens, Joana Bezerra já tinha bastante movimento e inclusive já
havia a atual bifurcação, mas o nome da estação era Fernandinho (ou Coque, como
chamavam alguns, pela proximidade com a comunidade de mesmo nome), que na verdade
nem era uma estação propriamente dita, e sim um posto de controle dos trens que
circulavam indo ou vindo pelas duas linhas da bifurcação.
Pictograma da estação Ipiranga do METROREC |
Ipiranga também era uma antiga estação. Interessante
observar no símbolo da estação no sistema do metrô, que há a imagem de um chefe
de estação. Além desta, substituída pela atual, existem ainda uma vila
ferroviária (para os trabalhadores da ferrovia), casa do chefe da antiga estação,
o antigo Colégio Ferroviário do Recife, construído pela Great Western destinada
principalmente para filhos dos ferroviários, e, por fim o campo do Clube
Ferroviário do Recife, inicialmente Associação Atlética Great Western, que
inclusive disputou várias vezes o Campeonato Pernambucano de Futebol.
A atual Werneck para muitos tem um nome curioso. De fato, ao
contrário da maioria, não tem um nome relacionado ao bairro no qual se localiza
ou cidade, etc. Mas, até 1925 a estação chamava-se Areias (nome do bairro) onde
localiza-se.
Estação de Edgard Werneck, anterior à atual do metrô. (Imagem: Do site - Amantes da Ferrovia) |
Tejipió e Coqueiral também eram antigas estações do trem. Esta última foi construída em 1906 pela Great
Western, próximo ao recém construído desvio para Camaragibe, inclusive com a
chegada do metrô, Coqueiral continuou sendo a estação da bifurcação da linha
para Camaragibe ou Jaboatão.
Seguindo para
Jaboatão, havia a velha estação ferroviária de Floriano, no bairro jaboatonense
de Socorro. Hoje, no local da antiga estação, foi erguida a do metrô, mas, ao
lado desta, encontra-se a plataforma de embarque construída em substituição à
antiga Floriano. Isso pelo fato de, enquanto a via do metrô estava em
construção, precisava-se de alguma forma construir uma parada para o trem que
seguia com destino a Jaboatão de modo a continuar atendendo a grande demanda
de passageiros entre essa cidade e o Recife.
Prédio dos escritórios da Great Western e do relógio de Jaboatão sendo demolido na década de 1980. (Imagem: Retirada do vídeo "Saudade daferrovia em Jaboatão-PE" - http://www.youtube.com/watch?v=Ka3QMK2Akf0) |
Jaboatão, estação terminal do metrô, tem forte relação com a antiga ferrovia. A estação do metrô fica justamente entre as antigas oficinas
ferroviárias construídas pela Great Western em 1912 e a velha estação
ferroviária, que ainda existe mas em ruínas. As oficinas estão sendo recuperadas pelo SENAI e se transformarão em parte museu e noutra parte salas de aula. Onde foi erguido o prédio da estação do
metrô, ficava localizado o prédio dos escritórios da Great Western e
posteriormente RFN e RFFSA.
Pictograma da estação Jaboatão do METROREC |
Antiga estação ferroviária de Boa Viagem. (Imagem: Do site do SINDMETRO-PE) |
A Linha Sul do metrô, que segue para Cajueiro Seco também aproveitou
o antigo leito da ferrovia, porém desta vez os trilhos do trem foram apenas
afastados para o lado, uma vez que estes dão acesso ao pátio ferroviário de Cinco
Pontas, ainda utilizado pela CBTU e pela Transnordestina Logística (ex-CFN). A
partir da bifurcação de Joana Bezerra a Linha Sul do metrô passa sobre a rua
Imperial e a Avenida Sul por viadutos. Da mesma forma havia a linha do trem,
inclusive as estruturas dos velhos viadutos ainda existem nas laterais da
Avenida Sul. As atuais estações de Prazeres e Boa Viagem também tomaram o espaço das antigas de mesmo nome.
Antiga estação ferroviária de Prazeres. (Imagem: Do site - Amantes da ferrovia) |
Para finalizar esta viagem em paralelo com o metrô e os velhos trens urbanos do Recife, convém destacar a estação ferroviária do Cabo de Santo Agostinho, que nunca sofreu alterações substanciais em sua estrutura e permanece original e com operação ininterrupta desde o ano de 1858, quando foi inaugurada, sendo assim a mais antiga estação ferroviária do Brasil em funcionamento.
Olá,adorei o Blog! Gostaria de ver uma reportagem sobre a besteira que vão fazer em Caruaru, destruir parte do que resta da linha férrea para construção do BRT!
ResponderExcluirObrigado Daniel pela ideia! Estamos com um bom material acumulado para novas postagens. EM breve haverão novas postagens, inclusive podemos aproveitar sua ótima ideia.
ExcluirExcelente material.
ResponderExcluirExcelente material.
ResponderExcluirmuito boa a materia sinto saudades apesar de hoje é tudo bem melhor
ResponderExcluirEpa para ao menos existir um trem turistico de Recife a Caruaru, passando pelos túneis da Serra das Russas.
ResponderExcluirAo menos isso.
Mas com a Transnirdestina quem sabe no futuro o trem de passageiro não volte né.
se depender desses malucos do poder , o trem de passageiros não vai voltar nunca ,never kkkkkk
ExcluirNobre André Cardoso,
ResponderExcluirParabéns pela iniciativa, dedicação e paixão pela historia das ferrovias, fundamentais para o desenvolvimento do Nordeste e do País.
Um acervo de excelente qualidade.
abraços,
João Carlos
Estudante de Urbanismo e Arquitetura
O Trio Fole de Ouro de Caruaru está gravando um xote em homenagem ao trem que saia de Recife passava em Caruaru e ia até o Sertão. Só para recordar. ATT JC Santiago 081 99608-0064
ResponderExcluirParabéns
ResponderExcluirentra governo.e não investir na rede ferroviária.pois.a linha até Salgueiro .deveria existir e palmares também políticos.irresposavel ganacioso .deixa a populacao.sem um transportes mais barato
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